sábado, 28 de fevereiro de 2009

Viagem pelo litoral

Essa sou eu aos 11 meses, no auge da minha falta de fome. Quando aterrorizava minha mãe e as babás na hora das refeições.
Minha avó Ubaldina, a querida vovó Bande como já relatei em post anterior, conseguia melhores resultados.
A comida da casa dela era especial.Ninguém fazia um puré de batatas como ela, nem um feijão igual ou um bife à milanesa. Seu cozido e a bacalhoada eram tão bons quanto os da vovó Anita (outra cozinheira maravilhosa e que mimava tanto quanto). Na época dessa foto eu devia comer mesmo eram a batatinha com o bifinho (aliás as batatas fritas dela eram o máximo).
Quando eu tinha cerca de três anos viajei com meu pai para Niterói. Naquela época a viagem era pelo litoral e durava muitas horas. Parava em Macaé, onde minha avó veraneava numa casa na antiga Rua da Praia.
Me lembro que descemos do ônibus e fomos até a casa encontrar minha avó. Lá ela nos recebeu com uma algo inusitado para uma parada tão rápida: frango assado e farofa de ameixas.
Sou capaz de sentir o cheiro.
O frango era recheado com essa farofa, o que conferia um umidade e um sabor incomparáveis.
Saudades disso tudo.

Frango assado recheado com farofa de ameixas


1 frango grande temperado segundo a preferência (alho, cebola, sal, limão ou vinagre e ervas da sua escolha)
3 xícaras de farinha de mandioca
1 xícara de óleo de soja ou girassol
1 cebola grande ralada ou picadas em pequenos pedaços
sal a gosto
100 g de ameixas secas picadas em pedaços não muito pequenos
6 azeitonas pretas picadas (opcional)

Ponha o óleo em uma frigideira com meia cebola picada e esquente. Assim que ferver espere alourar levemente. Junte a ameixa e as azeitonas. Ponha a farinha de mandioca e abaixe o fogo. Mexa com uma colher de pau e acerte o sal.
Assim que desligar o fogo junte o restante da cebola.
Depois que o frango estiver ficado por um tempo na marinada seque o interior do peito com uma toalha de papel. Recheie com a farofa. Ponha pedaços de pão para fechar os orifícios do frango e termine de fechar com palitos.
Unte uma assadeira com manteiga ou azeite. Ponha o frango, besunte com manteiga ou azeite e cubra com papel alumínio.
Leve ao forno médio. A cada meia hora vá jogando o caldo da marinada para que não resseque. Assim que o frango estiver cozido retire o papel alumínio e deixe dourar.
Sirva com arroz branco e uma salada de sua preferência.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Morangos e contos de fada


Fui uma menina sonhadora, "defeito" que tenho até hoje, é verdade, e passava horas perdida em histórias de princesas, castelos, cavaleiros andantes, príncipes.
Uma das primeiras artes da minha irmã do meio, que àquela altura era minha única irmã (tirando o trono que foi meu por quase quatro anos) foi rasgar um livro que eu adorava. Era uma edição de Chapeuzinho Vermelho, linda com capa dura.A capa era uma silhueta da personagem recortada e todas as páginas seguiam o modelo. Ela segurava um baldinho de mel de plástico meio amarelado. Fiquei triste e furiosa.
Essa sempre foi minha história preferida e qual não foi minha surpresa quando eu já passada dos 40 anos ganhei de presente o que chamei de "um conto de princesas só pra mim" ilustrado justamente com uma foto do meu conto preferido, sem que o autor, o Luís Bento, soubesse dessa predileção. Quem for curioso e quiser ler clica aqui ou na foto. É muito bem escrito, feito com uma rara sensibilidade.
O conto é lindo e é a minha cara e ainda me trouxe essa imagem de infância que me é tão querida.
Gosto de contar e ouvir histórias, há alguns anos me dei de presente uma edição primorosa de várias histórias clássicas, entre elas diversas versões do meu conto preferido. Como nasci no fim dos anos 60 ouvi na infância as versões mais "leves", que eram as politicamente corretas da época e cheguei a me assustar com a crueza de alguns contos que reli quando adulta nesse livro que comprei.
Mas vim aqui também pra falar dos encantos que os morangos me traziam.As ilustrações da época sempre traziam morangos, tão rubros e perfeitos que só me era possível vê-los nos livros já que no Brasil dos anos 60/70 essa fruta praticamente inexistia e quando eram achados eram feinhos e azedos como limão.
Hoje há lindos morangos durante boa parte do ano e confesso que eles ainda me encantam, assim como os contos de fadas.

Geléia de Morangos

3 xícaras de morangos frescos lavados sem os cabinhos
1 xícara e meia de açúcar

Leve um panelinha ao fogo baixo com os morangos e o açúcar. Mexa de vez em quando para não grudar no fundo da panela, mas evite mexer demais para não desmanchar demais as frutas.
Assim que estiver consistente, coloque num vidro esterelizado e espere esfriar antes de levar à geladeira.

Sirva sobre torradas, pães (se for caseiro então) ou em crepes (outro dia dou a receita).
Ideal para ser saboreada num dia tranquilo, lendo na cama e se for possível em boa companhia, rs.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Chocolate




Este é um filme lindo e muito doce que não me canso de ver e rever! Quando termina,acabo sempre por comer um bombom ou um quadrado de chocolate.

Os actores são fabulosos e a história um encanto.

Chocolate

Quando criança fui muito mimada pelos meus pais, sobretudo o meu pai, outros emigrantes portugueses e alguns amigos franceses de meus pais.
Além disso, existiam as "patisseries" com uma variedade de bolos tão grande, que passava um bom tempo a namorar a vitrine até me decidir por um. Existiam também as "chocolateries" especializadas em bombons de chocolate, barras de chocolate, bolos de chocolate e tudo o que tivesse cacao.
Era um verdadeiro mundo de gulodices, que não encontrei em Portugal, nos anos 70, altura em que tive de aqui ficar, sem os meus pais.
Havia apenas os chocolates Regina!!!
***
Deixo-vos com mais uma receita de chocolate que continuo a adorar e que faço para os meus amigos.
***
FONDUE DE CHOCOLATE




Ingredientes:
400 gramas de chocolate de leite
100 gramas de chocolate meio amargo
200 gramas de natas 1/2 cálice de whisky frutas a gosto (maçã, banana, kiwi, etc)
pão-de-ló ou outro bolo seco (cortado aos pedaços)
marshemellows
*
Preparação:
Num tacho, leve o chocolate a banho maria para que derreta.

Após derretido adicione as natas envolva bem.
Junte então o whisky e continue a mexer até que o chocolate fique consistente.
Deite então no fondue.
Sirva com as frutas, o bolo e os marshemellows em vários pratinhos e... deliciem-se!

Entre panelas...



Esse post foi publicado originalmente no Blog Quarto de Segredos em 29 de janeiro de 2009.

“Pois, desde os tempos imemoriais, as mulheres cozinham para os homens. O mundo do perigo, da loucura, fica para trás. As mulheres em suas cozinhas estão a salvo, eternamente.”

Li essa frase relendo um livro de Agatha Christie e imediatamente repeli achando estranho que o mundo de nós mulheres se restrinja à cozinha, logo classifiquei como uma frase “machista”. Só que hoje senti exatamente isso, uma segurança reconfortante dentro da minha cozinha.

Sempre adorei cozinhar, desde que não me sinta obrigada a tal hoje fazer o jantar a quatro mãos foi uma delícia. Eu e minha irmã mais nova revivemos nossa parceria e eu me senti muito bem nesse “ritual familiar”.

Quem diria meu conforto, minha segurança, meu bem-estar: tudo isso entre as quatro paredes da minha cozinha.

Isso me fez voltar a um blog que eu não visitava há tempos, da Rita Lobo do Panelinha. Ah, e ainda lembrei-me de um desses filmes água-com-açúcar que eu adoro ver e rever.

O dia chegou ao fim e fui salva pelas panelas...

Macarrão ao pesto aveludado

500g de macarrão farfalle

1 maço de manjericão

1 colher de café de louro em pó

50 g de nozes ou pinhões (opcional)

2 dentes de alho

100 g de azeitonas verdes

50 ml de azeite extra-virgem

sal a gosto

1 lata de creme de leite com o soro

50 g de parmesão ralado

Bata no liquidificador as ervas, as azeitonas picadas, o alho,o sal e as nozes com o azeite e o creme de leite. Depois de bater rapidamente junte o queijo ralado sem bater.

Cozinhe a massa al dente. escorra e junte o molho.

Sirva acompanhada de um bom vinho tinto.

Flores que acalmam a alma...

Hoje conversei longamente com dois amigos. Com um passei uma tarde agradável falando de comida, passeios turísticos e planos para o futuro, coisas que me aquietam a alma.
À noite conversei como uma das minhas amigas mais queridas sobre as inquietações da minha alma, das minhas intensidades. Intensidades tantas que por vezes aceleram meu tempo de tal forma que chego a me assustar.
Nesse turbilhão de ideias e sentimentos que brotam de repente me lembrei de filmes, de livros, de comidas e também de planos para o futuro e de dores, inquietações e incertezas do presente.Coisa de amigas.
Quando em determinadas épocas do mês acelero muito o rítimo (coisa tipicamente feminina e hormonal) recorro ao bom e velho chazinho de camomila.O meu é uma versão turbinada, quase um sossega-leão do mundo vegetal.
Não posso chamar dica de chazinho de receita, mas aí vai.

Chá de Camomila para almas em desassossego

2 saquinhos de chá de camomila
1 folha de alface
300 ml de água fervente
uma colher de chá de mel

Aqueça a água e coloque sobre os saquinhos de chá e sobre a folha de alface.
Espere arrefecer um pouco. Junte a colherinha de mel e bons sonhos.

Ah e para ilustrar a conversa sobre culinária, filmes e intensidades e almas desassossegadas, segue o trailer de um filme mexicano (poderia ter outra nacionalidade?) de um filme que gosto muito.

Como Água Para Chocolate


terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Hoje tem convidado para o almoço...

Hoje fomos brindadas com mais uma gentileza do nosso querido blogueiro Xacal.

Como se já não tivesse sido tão generoso com nosso espaço divulgando o Sabor e Histórias ainda nos presenteou com um texto delicioso sobre o prazer de receber amigos e criar pratos para eles.

Segue o texto finalizado com uma receitinha prática e criativa e um brinde aos amigos.

P.S. Sei que essa não é exatamente a forma correta de corte da cenoura,mas foi a foto mais próxima da descrição da receita.

Aí vai uma de minhas "criações" culinárias...
Bom, antes um pouquinho da história desse prato, que deriva de outra receita...
Não sei bem definir se temos um prato novo, ou uma mera adaptação...
A estrutura (idéia)da receita se mantém, se bem que houve alguma alteração dos ingredientes principais...bom, sei lá, vocês decidem...
Em uma ocasião lá em casa, recebi um telefonema de um amigo que avisava de sua chegada para o almoço...
Bem, quem tem amigos (amigos de verdade) sabe que só eles podem nos surpreender com visitas após longos hiatos de ausência...
Quase sempre estamos despreparados, muito embora os verdadeiros amigos se deleitem com qualquer coisa, até (ou principalmente) um bom "mexidão" de feijão, ovos, farinha, cebola e lingüiça...
Nesse dia, restavam-me alguns ingredientes, que agora relaciono para a receita que chamei de filé de frango à francesa, mas minha filha re-batizou de "frango à fantasia", pelo colorido do prato:
1KG de peito
de frango em filés.
2 ou 3 cenouras sem casca raladas em tiras, como batata-palha(manter separadas e cruas).
1 ou 2 cebolas cortadas em tiras longitudinais. 1 lata de ervilha.
1/2 KG de presunto, cortado em tiras finas. 3 cl de sopa de mostarda amarela.
3 cl de sopa de molho inglês.
azeite de oliva.

Bom,uma das vantagens desse preparado é a rapidez, e o bom equilíbrio entre a suavidade da carne de frango com o gosto mais ativo da mostarda e do molho inglês...
A cenoura, no lugar da batata palha(usada na versão original do filé à francesa)confere o tom doce na combinação agridoce...

Cerca de 20 ou 30 minutos antes do amigo chegar, lá estava o frango à fantasia pronto, depois de ter sido assim preparado:
Use uma frigideiraou panela grande com tampa, onde você fritará o frango no azeite...

Terminada a fritura, separe o frango, adicione mais um pouco de azeite na panela,e doure ali as cebolas...junte o presunto, e mantenha o cuidado para não queimar as cebolas, nem o presunto...junte o molho inglês e a mostarda... Por derradeiro, junte a cenoura, aos poucos, e a deixe marinar nesse "caldo", misture a ervilha e termine sem "cozinhar" totalmente a cenoura, mas sem deixá-la, por outro lado, crua...

Sirva com arroz branco...e um bom vinho branco de sua preferência...

Ahhh, tempere com ótimas companhias e histórias...


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