Aos poucos os convidados vão chegando.
Ceia de Natal.
Convite aceito. Pontualidade incomum.
A anfitriã encaminha seus amigos aos lugares que irão ocupar na grande mesa.
Todos estão lá: o porteiro da escola da neta; o jornaleiro da banca; a faxineira; a vizinha da casa em frente; a cabeleireira; o varredor de rua ; o taxista; o vendedor de frutas ; o senhor da lavanderia; os entregadores : da água mineral, das compras do supermercado e a atendente da padaria.
A exemplo da Ceia de Cristo, 12 convidados, para uma noite que promete ser de solidariedade, acolhimento e respeito mútuo.
Nenhum deles se conhece, a não ser a dona da casa, que faz questão de reuni-los para aquele momento especial. Ela deseja dividir e brindar com eles a noite de Natal.
Após situá-los, pede licença e dirigi-se ao seu quarto com o propósito de terminar de se arrumar.
Fechada a porta, senta-se na cama e faz uma retrospectiva mental: estão presentes neste encontro mágico pessoas de universos tão diferentes e que fazem parte do seu mundo o ano inteiro.
Todos lhe servem não só como forma de trabalho e obrigação, mas com afeto, paciência, atenção e generosidade.
Lembrou-se do porteiro da escola da neta: - Entra,Valentina! Dê um beijo na vovó!; do jornaleiro da banca : - Guardei um álbum das”Princesas” para a menina!... ; da faxineira e a boa vontade em fazer atividades extras ; da vizinha da casa em frente, que sempre sorri e lhe dá “bom dia”; da cabeleireira ,que ajeita suas madeixas ,fazendo-a se sentir mais jovial; do varredor de rua, no sol a pino agradecido por um copo d’água a ele oferecido; do taxista que espera, pacientemente, o embarque da neta em seu carro; do vendedor de frutas: - Separei as bananas maçã que a freguesa compra toda semana! ; do senhor da lavanderia e o zelo com as roupas da casa (das mais simples às peças de sair ); do entregador da água mineral colocando o galão pesado no lugar devido e do menino das compras do supermercado, trazendo sacas pesadas muitas vezes a pé.
Sem contar com a atendente da padaria , sempre escolhendo o pão mais fresquinho( e que dia anteriores ofertou-lhes uns pães e com sorriso largo falou:- É para a senhora preparar as rabanadas para a sua Ceia!)...
Cerra os olhos.
Lágrimas de contentamento passeiam em sua face.
De repente, o telefone toca.
A mulher se espanta.
Percebe que se tratava de um sonho.
Sonho bom.
Levanta-se apressadamente.
Abre a janela da sala.
Olha para o céu. A lua brilha e em companhia de estrelas a saúdam e anunciam que é Natal!
Receita de Rabanada:
1 pão de rabanada ou baguete
1/2 litro de leite
2 colheres de açúcar ou mel
casquinhas de um limão
ovos levemente batidos
ovos levemente batidos
óleo para fritar
açúcar e canela para polvilhar
Corte o pão em fatias grossas
Ferva o leite com o açúcar ou mel e a casquinha de limão.
Espere amornar.
Passe o pão levemente pelo leite e depois nos ovos.
Frite em óleo quente e escorra.
Polvilhe com açúcar e canela.
2 comentários:
Do doce sonho fraterno inspiraram a confecção das rabanadas. Adoro. Acho que vou preparar para mim e meu filho,um lanche com sabor de Natal e cheiro de canela.
Que bom!
Mãe... filho...O Natal é isso!
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