domingo, 6 de dezembro de 2009

Natal, a doçura dos momentos compartilhados...


Lendo o texto sobre o Natal da nossa amiga Natália Augusto, fiquei emocionada,saudosa da infância e com um nó na garganta. E fiquei feliz. Feliz porque os Natais da minha infância me fizeram ter uma visão doce da vida,apesar de tantas dificuldades que a vida adulta sempre nos reserva.
E pensando em doçura já vamos anunciando as receitas das delícias natalinas que postaremos por aqui, a montagem (linda por sinal) das imagens é da Maria Margarida Lessa que tem um dom especial de tornar ainda mais belas essas delícias.

Noel...Noel...
Natália Augusto

Há imagens eternas que nos acompanham ao longo de todo o nosso percurso.

São, por vezes, imagens amarelecidas pelo tempo ou com os contornos pouco claros, como se o tempo no-las tivesse envolto numa neblina de anos.

Ainda assim, sempre que a mesma festividade se repete, ano após ano, recuperamo-la do baú das emoções e, na distância dos anos, tudo parece mais encantador e mágico. Não só porque foi diferente, mas também porque, no fundo, tudo muda.

Tenho o prazer de recuar mais uma vez à infância, em França, onde vivi cada Natal com o fascínio com que todas as crianças o vivem.

O meu pai costumava colocar o pinheiro com as bolas, as fitas brilhantes e as luzinhas intermitentes e coloridas no meu quarto. Sob a árvore, que gostava de adquirir, dispúnhamos as figuras do presépio, que a cada ano ia crescendo. Adquiríamos mais figuras para melhor o representarmos.

Colocávamos o pinheiro enfeitado perto de uma janela, bem juntinha à chaminé (havia uma em cada quarto), para que o Menino Jesus depusesse os presentes durante a noite. Eu bem que tentava não adormecer, mas era escusado. E na manhã do dia seguinte, lá estavam os presentes bem embrulhadinhos.

As iguarias que a minha mãe confeccionava para o Natal eram as mesmas que faziam o Natal português, acrescido com outras guloseimas francesas.

Já na altura, alguns dos meus coleguinhas de escola falavam do Pai Natal, das prendas caras, das lautas ceias. Para mim, nada disso tinha importância. O meu Natal era diferente do deles e se o passássemos na aldeia dos meus avós, em Portugal, mais diferente se tornava.

Do que eu gostava mesmo naquele país mais evoluído e com uma economia emergente, era os pinheiros de Natal (reais e em chocolate) iluminados perto das janelas dos habitantes, as decorações natalícias nas ruas, a neve e o frio, e o calor aconchegante uma vez em casa.

Gostava ainda de mirar as vitrines cheias de chocolates, bolos e outros doces, entrar numa dessas pastelarias ou "chocolateries", pela mão do meu pai, e levar imenso tempo a escolher o meu preferido e levar outros para casa. Apesar da espera, o meu pai nunca se zangou comigo.

A minha mãe era mais de ficar em casa, porventura por causa das tarefas domésticas! O meu pai, eu e depois o meu irmão saíamos para fazer compras ou assistir a um ou outro espectáculo de Natal.

Na minha família nunca deixou de se festejar o Natal. Uns foram mais mágicos do que outros.

Em 1992, ano em que faleceu o meu pai, não deixámos de o fazer, embora a sua ausência fosse muito sentida. Mas esta era também uma forma de o manter vivo e connosco, que sempre gostou do Natal.

Não sei se cheguei a ouvi-lo dizer que gostava do Natal, porém era graças a ele que tínhamos, todos os anos, o pinheiro enfeitado, perto da janela, para anunciar o nascimento do Menino Jesus.


3 comentários:

walnize carvalho disse...

Natália,
Natais com gosto de quero mais...
Walnize

Maria Lessa disse...

Natália...um dom especial de escrita, prodigiosa.
Tal qual conto de Natal, conseguiu transportar-me de volta a um tempo inocente, de acreditar e de alegria.
Bem haja por estes momentos.

Natália Augusto disse...

Maria Lessa,

Obrigada pelas suas palavras. Estas recordações de Natal são as mais felizes da minha vida.

Beijinhos.




Obrigada também à minha AMIGA Ana Paula que decidiu postar este meu texto.

Beijinhos

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