terça-feira, 16 de novembro de 2010

Zeca Baleiro também faz Arte na cozinha


O cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro, tem um hobby antigo: "Sempre fui curioso em relação à culinária, e sou um grande observador", diz o músico que nas horas vagas do estúdio faz o papel de mestre-cuca.
Sua paixão pela gastronomia é tão séria que já há algum tempo Baleiro quer tirar da gaveta um livro de receitas, e emplacá-lo com o mesmo sucesso de seus 3 CDs, "Por Onde Andará Stephen Fry?" (1997), "Vô Imbolá" (1999) e "Líricas" (2000).
Baleiro arrisca-se no campo da culinária há 15 anos, influenciado pela família. Seu nome artístico, inclusive, veio de um vício juvenil: Zeca sempre foi um consumidor assíduo de doces e balas.
Além do pai ser um "doceiro de mão cheia", como costuma dizer, Zeca já teve uma
loja de balas, tortas e doces caseiros em São Luís —- ambos indícios de que seu interesse pela cozinha o acompanharia. Elementos musicais e receitas
freqüentemente se encontram em seu balaio. Pratos e ingredientes são referências constantes nas letras de suas canções, e algumas das criações culinárias carregam nomes engraçados, com trocadilhos bem-humorados, como sua receita de "Vera Fisher", ou que levam o nome de um de seus CDs, como "Arroz a la Stephen Fry".
Entrevista:
Basílico - Desde quando você se interessa por culinária?
Zeca Baleiro - Sempre fui muito curioso, mas só lá pelos 20 anos comecei de fato a pôr a mão na massa. Tive contato desde cedo com grandes cozinheiras, na cidade de Arari (MA), onde passei a infância, e isso despertou minha curiosidade.
Basílico - Quantas receitas você tem no seu banco de dados?
Baleiro - Acho que umas 60, entre as criadas por mim e as recolhidas em viagens.
Basílico - Há preferência por algum prato?
Baleiro - Gosto especialmente de peixe, mas procuro fazer de tudo.
Basílico - E as receitas com nomes engraçados?
Baleiro - Os nomes foram uma forma bem-humorada que achei para homenagear amigos e ícones. Assim surgiram "Vera Fisher", um badejo com licor de Cassis, mel e manjericão, e o "Arroz a la Stephen Fry", um risoto com queijo e gergelim.
Basílico - Como você formula as receitas?
Baleiro - Certa vez fui visitar o Zé Kéti, grande sambista já falecido, na época em que ele morou em São Paulo. Ele fez um almoço maravilhoso pra mim, cheirava bem à beça na panela, mas não ficava pronto nunca. Como eu tinha um compromisso em seguida, não pude esperar, e acabei ficando na mão, com água na boca. Depois criei um prato em homenagem a ele, a "Corvina da Nega Dina".
Basílico - Tem alguém da sua família que cozinha?
Baleiro - Tenho uma irmã que é expert em cozinha regional, e meu pai é um doceiro de mão-cheia, faz uns licores deliciosos também.
Basílico - Quais são seus pratos preferidos?
Baleiro - Um cozido à maranhense, que leva várias verduras. Mas sou eclético, vou tanto à churrascaria quanto ao macrobiótico.
Basílico - Em que momentos você gosta de cozinhar e para quem?
Baleiro - Naqueles sábados preguiçosos, meio frios, com todo o tempo do mundo, gosto de cozinhar para os amigos. O cozinheiro também precisa de platéia. Cozinhar
é um exercício de humanidade: às vezes, tem o peso de uma oração.

Receita de "arroz a la Stephen Fry"
É um excelente acompanhamento para carne ou frango. Não esqueça que o arroz integral requer muito mais tempo de cozimento!
Ingredientes
1 xícara de arroz integral

8 xícaras de água

2 colheres de óleo de girassol ou canola

1 cebola picada

1 dente de alho amassado

1 colher de salsinha picada

sal a gosto

4 colheres de sementes de gergelim torradas levemente numa frigideira
Modo de preparar
1. Escolha, lave o arroz e deixe-o de molho de um dia para outro em 3 xícaras de água

2. Aqueça o olho e frite levemente o alho, a cebola, a salsinha e o sal

3. Acrescente o arroz com a água do molho e despeje as restantes 5 xícaras de água fria

4. Espere levantar fervura, abaixe o fogo e deixe cozinhar por aproximadamente uma hora, até o arroz ficar bem macio.

5. Antes de servir, misture levemente as sementes de gergelim torradas

1 comentário:

João Mario disse...

Pôxa, apesar de não gostar de arroz integral, o prato me parece delicioso. Um abraço

João Mario

http://picadinhodebacana.blogspot.com

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