quinta-feira, 23 de julho de 2009

Férias de Verão

Foto de Fernando Cardoso
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As férias de Verão estão quase, quase a chegar. Finalmente! E que bem que fazem! É tão bom relaxar, nada ter o que fazer a não ser ler um bom livro, estar na praia ou na piscina e depois, a meio da tarde comer um petisco! Um bom petisco acompanhado com pãozinho fresco, vinho verde ou cerveja, ao ar livre…



Os petiscos da cozinha portuguesa são deliciosos. Conto-vos um pouco da história de um que aprecio bastante Amêijoas à Bulhão Pato!

As Amêijoas à Bulhão Pato são um prato típico da culinária portuguesa, de origem da região de Estremadura. Diz-se que o nome deste petisco é um tributo ao Poeta português Raimundo António de Bulhão Pato, após este ter mencionado um cozinheiro nos seus escritos.

Este é porventura o petisco mais conhecido e encontrado nos restaurantes portugueses. É um prato muito comum em marisqueiras e cervejarias, a par com a salada de polvo, salada de ovas e camarão.

É um prato muito simples de confeccionar e é na simplicidade que reside o seu encanto. Experimentem!

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Amêijoas à Bulhão Pato


Ingredientes:

Para 4 pessoas

1 kg de amêijoas
2 colheres de sopa de azeite
2 dentes de alho
3 colheres de sopa de vinho branco
1 limão
1 raminho de coentros
sal
pimenta


Confecção:
Arranjam-se as amêijoas como habitualmente, pondo-as de molho em água com bastante sal e lavam-se em várias águas para largarem a areia.Leva-se ao lume o azeite, deixa-se aquecer e juntam-se os dentes de alho picados. Deixa-se alourar um pouco.Introduzem-se as amêijoas e os coentros finamente picados e tempera-se com sal e pimenta. Adiciona-se o vinho branco. Mexe-se o recipiente de vez em quando. Quando todas as amêijoas estiverem abertas, retiram-se do lume. Servem-se com o restante limão cortado em quartos.







quarta-feira, 15 de julho de 2009

Tertúlia virtual - Da delicadeza das pessoas

Já escrevi um post chamado Da Delicadeza das Coisas hoje pensei no que há de delicado em algumas pessoas com quem convivemos.

Conseguem nos trazer uma paz de espírito, trazem um bem para a nossa vida (sem que para isso precisem de muito esforço),são presenças confortadoras,carinhosas, que “afagam a alma”.

Estou rodeada de algumas pessoas assim. Uma em especial. Que quando chega consegue transformar meu desassossego em um mar de tranqüilidade, meu desespero em esperança, meu medo em coragem.

Não sei se sou assim para alguém, algumas me procuram em momentos difíceis. Não sei (acho que não) se chego perto dessa capacidade de ser um porto seguro para alguém, mas me ponho disponível mesmo assim.

Essas pessoas com a delicadeza de SER, não são muito fáceis de encontrar por aí. São especiais demais. Não encontrei muitas delas em minha juventude, por exemplo, talvez eu que não tenha sabido reconhecê-las. Hoje não deixo escapar. Amadurecer é também isso.

Gente assim fala do “céu de um azul celeste celestial” sem ser piegas, fala de nascer de dia, de sol e de fadas e sonhos. Gente,sim...

*Texto originalmente postado no meu blog Todos os Sonhos de Abril



Pra tanta delicadeza só a leveza dos Suspirinhos da Vovó.

Suspirinhos da Vovó Bande

3 claras

6 colheres de açúcar de confeiteiro

Raspas de um limão

Bata as claras em neve firme (em castelo). Aos poucos vá juntando o açúcar, incorporando delicadamente. Ao final junte as casquinhas de limão. Leve um tabuleiro ao forno para aquecer, faça pequenos suspiros com a ajuda de duas colherinhas (ficam como montinhos) e leve ao forno baixo até ficarem firmes (não devem corar).

Espere arrefecer e retire com cuidado,guarde em latas bem vedadas paar que se mantenham crocantes.


domingo, 5 de julho de 2009

Sabor de mar

Foto Walnize Carvalho

Caçava poemas à beira-mar no inverno tropical.

Já não há os tatuís da infância, já não há o pai se divertindo escolhendo mariscos.

Tropeça em conchas e em pensamentos descabidos.

O vento sul traz frio e desassossego.

O apelo irresistível das ondas quase a leva dali.

Recolhe as lembranças e os medos.

É hora de recomeçar.

Pois é os tatuís* já não moram mais na areia (será que ainda existem em algum lugar?) e já não posso colher mariscos com meu pai.

Os tatuís eram preparados no azeite pelo minha avó Bande e os mariscos eram quase sempre consumidos com limão mesmo ali à beira d'água.

Meu pai dizia que ela fazia um arroz de mariscos maravilhoso e uma omelete ídem,mas disso não lembro e não peguei a receita.

Invento aqui uma omelete de mariscos, que não é a da minha avó, mas que saiu das deduções de como poderia ser.

Omelete de Mariscos

300 gramas de mariscos frescos ou congelados

2 colheres de sopa de alho poró picado

sal a gosto

gotas de limão

4 ovos ligeiramente batidos

2 colheres de leite

óleo para fritar

Refoque os mariscos com o alho poró por 2 minutos. Tempere com sal e gotas de limão. Reserve.

Bata ligeiramente os ovos, apenas para misturar um pouco. Junte uma pitada de sal e o leite. Aqueça o óleo.

Coloque metade da mistura de ovos, abaixe o fogo e vá deixando escorrer a parte crua para as bordas da omelete. Quando estiver cozida porém cremosa a mistura recheie com metade dos mariscos e dobre. Ponha num prato aquecido. Faça o mesmo com o resto da mistura. Sirva acompanhada de torradas ou arroz branco.

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Tatuí (que significa pequeno tatu em tupi) ou tatuíra (Emerita brasiliensis) é o nome dado ao crustáceo decápode, que pode chegar a medir 37 centímetros e que é encontrado fazendo escavações de pouca profundidade nas praias arenosas brasileiras. Tem coloração branca. Sua semelhança com os tatus valeu-lhe o nome comum. Sua importância econômica é a apreciação na culinária local e na pesca. Sua presença em grande quantidade pode determinar o grau de limpeza nas praias. Praias geralmente com um grau leve de poluição em diante podem ter uma população do crustáceo bem reduzida, ou mesmo praticamente não a ter.

  • Outros nomes populares: tatuíra, tatu d'água e pulga do mar.


 Chico Buarque - Morena dos Olhos D'água

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