sexta-feira, 30 de novembro de 2012

É quase inverno


As temperaturas desceram, como é hábito, vertiginosamente neste cantinho da Europa. Durante a noite dependendo se se está no norte ou no interior de Portugal, as temperaturas descem até dez ou mais graus negativos. O cinzento plúmbeo do céu ameaça chuva e neve nas terras altas. A Serra da Estrela, a Serra do Marão, a Serra de Montemuro a cidade da Guarda (na Beira Alta) e a cidade de Bragança ( em Trás-os-Montes) já ficaram branquinhas, branquinhas com um denso manto branco. Mesmo assim, ninguém pára. 
Nas casas acendem-se as lareiras, comem-se pratos bem quentinhos e começam já a pensar-se nas iguarias de NATAL. 
O Tronco de Natal não costuma faltar nas mesas cheias de iguarias natalícias. Apetece mesmo, não apetece?


INGREDIENTES

300 g de açúcar 
200 g de amêndoa em pó 
50 g de farinha 
10 ovos 
margarina para untar 
papel Vegetal 

PARA O CREME 

400 g de chocolate em barra 
50 g de açúcar 
2 dl de natas 
0,5 dl de leite 
1 colher (sopa) de manteiga

Comece pelo creme: Leve um tacho ao lume com o açúcar, o leite e as natas mexendo de vez em quando até ferver. Retire do lume, junte o chocolate previamente picado e a manteiga e mexa até que o chocolate fique totalmente dissolvido. Reserve.
Forre dois tabuleiros com papel vegetal e unte-os com margarina. Ligue o forno a 180 graus.
Numa tigela grande, bata as claras em castelo firme com o açúcar, junte as gemas, mexa, adicione a farinha peneirada com a amêndoa em pó e envolva cuidadosamente até ficar sem grumos.
Coloque 1/3 da massa num tabuleiro e a restante noutro tabuleiro. Leve os dois tabuleiros ao forno, o que tem menos massa aproximadamente 12 minutos e o que tem mais massa cerca de 17 minutos ou até que fiquem cozidas e douradinhas.
Retire do forno, desenforme, barre ambos com um pouco do creme ainda morno de modo a ficar uma camada muito fina e enrole com a ajuda de um pano. Deixe arrefecer, apare a torta maior e corte a mais pequena. Disponha as metades da torta pequena de lado de modo a fazer o tronco, barre tudo com o resto do creme e sirva enfeitado com decorações natalícias.
BOM APETITE!

         

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Sabor com história II (ou outra maneira de dizer EVO)

Continuando este pequena mas sentida trilogia (ler aqui a primeira parte)  volto às mesmas personagens. Ele. Espanhol em Portugal com o amor da sua vida. Em Lisboa. Um reencontro tão aguardado, esperado por longos 12 anos. E é a escutar Pablo Alborán que vos escrevo este post inédito.

Acariciou timidamente a pega da aldraba de ferro antes das três pancadas enérgicas que queria imprimir. Este era o momento. Respirou longamente com todas as emoções tolhidas por um medo absurdo que lhe colava a camisa caqui nas costas.
Esperavam, desde aquele Verão longínquo, o tempo que chegaria e voltariam a estar juntos. Ambos sabiam, no silêncio dos anos, que se repetiria a magia que nenhum sabia explicar.
Apoiou a testa na madeira encerada e cerrou os olhos. Não dormira na noite passada na expectativa do reencontro e depois da longa viagem, agora a arritmia era a maestrina que dirigia o nervoso tamborilar que imprimia com a ponta dos dedos na porta. Mas ela sentira-o e, desassossegada, descerrou as portadas. Olhos nos olhos leram tudo sem falarem nada e antes mesmo de um titubeante “Hola” ou “Entra”, enroscaram-se num apressado e apertado enlace, reconhecendo o molde perene do encaixe perfeito mais apetecido da última década. Demorou acontecer o nano-segundo inefável em que as duas pessoas sabem tacitamente que um abraço terminou: as quatro mãos percorreram costas, roçaram nucas, enovelaram-se nos cabelos, acariciaram lóbulos de orelhas e desceram pelas maçãs dos rostos afadigados numa espera descontente. Continuamente em uno quedaram-se tímidos e o abraço imperecível esboroou-se. Ele disse: “coño, no me mires así” e ela respondeu: “entra mazé”
Tinham falado por telefone a combinar tudo, escrito cartas um ao outro, mas a vida não havia ficado suspensa nesses doze anos que não souberam um do outro.
Ela abriu as portadas e ele segurou os óculos que havia colocado sobre a mala e rodopiou-a pela entrada. Ela sorriu e todos os receios se desvaneceram quando o admirou agora de óculos postos. “A sério que esses são os teus óculos?” Ele, sem perceber, levou a mão livre ao rosto num gesto interrogativo: “mis gafas?” Ela soltou uma gargalhada e resumiu: “anda daí, já te mostro!” Ele seguiu-a rolando a mala distraído até à saleta onde ela foi buscar os seus óculos e os colocou com ar de desafio. Não precisaram palavras. Uma década depois sabiam que tudo era autêntico ao se olharem com um modelito redondo de tartaruga ARMANI exactamente igual. “Pero no me mires así, coño!” brincou de novo, sem lhe ocorrer nada mais.
Esquecida a mala na saleta, ela desajeitadamente lembrou-se de lhe oferecer um café, mas ele só aceitou uma água. E foi sentados frente a dois copos e um jarro que desabaram na conversa bilingue em que contaram os doze anos de ocorrências em suas vidas. Voltaram a encher o jarro diversas vezes durante a longa conversa que durou ininterruptamente durante três dias e três noites. Não comeram, não dormiram, não nada… a conversa tinha de existir, o paralelismo não se limitara aos óculos iguais e fascinados não poderiam deixar de relatar à vez tudo o que fizeram, deixaram por dizer e o quanto desejaram terem construído essa vida que mereciam ter vivido juntos. O cansaço não os venceu e apenas com o jarro de água por companhia, decidiram que deveriam cozinhar alguma coisa. Ela abriu a porta do frigorífico e decidiu num ápice que queria fazer, na primeira vez que cozinharia para ele, o seu bacalhau com natas – algo simples e prático de confeccionar para quem não se alimenta há 70 horas...!! – e a conversa continuou enquanto ambos preparavam os ingredientes com uma dança conjugada como se sempre tivessem cozinhado juntos. Enquanto fazia o molho branco e ele deixava as rodelas finas de cebola esbranquiçarem, ela quase desfaleceu com a fome que se apossou de todo o seu ser depois de tanto tempo sem tão pouco pensarem em se alimentar, e, depois de a sentar e lhe dar mais um copo de água, nesse ténue momento ao seu redor, ele beijou-a pela primeira vez nesta vida.

Receita (do meu) Bacalhau com Natas

2 postas de bacalhau grandes
1 kg de batatas
3 cebolas grandes
1 l de leite
2 pacotes de natas
sumo de 1 limão
2 colheres de sopa de farinha
1 colher sopa de manteiga
azeite e folhas louro
sal, pimenta, noz moscada q.b.

Coze-se o bacalhau, arrefece-se e depois limpa-se de peles e espinhas e separam-se em lascas generosas. Fritam-se as batatas em cubos largos, alourando só. Cortam-se as cebolas em rodelas muito finas e deixam-se em lume brando em azeite,  com uma folha de louro, até esbranquiçarem. Paralelamente vai-se fazendo o molho branco. Junta-se as lascas de bacalhau, tempera-se de noz moscada (eu gosto de colocar uma malagueta) e salteiam-se, só depois as batatas mal fritas e envolve-se para continuar a saltear. Ao molho branco junta-se as natas e reajusta-se o tempero (sal, pimenta, noz moscada e sumo de limão). Deita-se num tabuleiro de forno, rega-se com o molho (eu gosto de o envolver) e vai ao forno meia-hora em forno médio. Deixe o gratinado lourinho.
O tabuleiro pode ir à mesa e acompanhe com uma salada verde (eu gosto de servir apenas alface estaladiça e sem tempero)

Sugestão light? - não frite as batatas, coza-as, vão ser salteadas a seguir...
Sugestão menos light? - Antes de levar a gratinar, esboroe por cima um pouco de miolo de broa de milho, coloque azeitonas e rodelas fininhas de uma boa chouriça. hummmm...

          


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Nova colaboradora no pedaço!

Desde o passado dia dos namorados que fiquei com essa ideia: convidar a Caroll Lima, minha querida amiga e minha agente no BRASIL para este blog.  
É que nesse dia a Caroll preparou uma mega surpresa para o seu cucucu, o seu noivorido querido e as fotos dos preparativos e da mesa final - lindaaaaaaaa - aguçaram-me a vontade de a ver escrever também por aqui.
Outro dia a Caroll fez uma couve-flor gratinada e me recordei de novo da ideia de a convidar, mas a Ana Paula ao ver a foto disse-me de imediato: Quero-a no blog!!! Eu fiquei deveras feliz, porque iria perguntar-lhe e nem me deu tempo...


a receita? ahhhh vou deixar para a dona Caroll contar como fez!!!
Vou chamar: Cadé vc???? C-A-R-O-L-L anda cá!!! E fica com um beijo deste lado do Atlântico de boa S-O-R-T-E na estreia nesse blog!!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Navegando pelos sete mares


Barquinha de Abobrinha no Mar de Purê

Seu filho não quer comer, ou não gosta de legumes ...
 Então, aprenda a fazer esta receitinha bem criativa.
Peça para que as crianças ajudem a decorar a barquinha com bandeirinhas.
 Tenho certeza que elas vão se divertir um montão, e ficar com vontade de experimentar.
 
Ingredientes:

Purê:
750 g de batata, sem casca, cortada em rodelas
1 dente de alho picado
1 cebola pequena picada
1 colher de sopa de margarina
1 colher de café de sal
1 xícara de leite integral
1 colher de sopa de salsinha picada
 
  Barquinha:
2 abobrinhas médias ou 4 mini-abobrinhas
1/2 colher de sopa de azeite
1 cebola pequena, picada
1 dente de alho amassado
200 g de patinho moído
1 pitada de sal
1 colher de sopa de cheiro-verde picado (o mesmo que salsinha + cebolinha verde)

Modo de preparo:
Para o purê:
Cozinhe a batata em uma panela com água até ficar macia.
Em outra panela, refogue o alho e a cebola na margarina até que ela murche um pouco.
 Escorra a batata e amasse.
Transfira para a panela com a cebola, tempere com sal e refogue rapidamente.
Junte o leite mexendo até que ele esteja incorporado ao purê.
 Ponha a salsinha e reserve.

Para a barquinha:
Remova as pontas das abobrinhas e corte-as ao meio.
Com uma colher, retire a polpa e reserve.
Em uma panela, leve o azeite ao fogo.
Junte a cebola e o alho e refogue por um minuto.
Acrescente a carne e a polpa de abobrinha e cozinhe até que ela desmanche.
Tempere com sal e cheiro-verde.
Deixe secar e retire do fogo.
Recheie as barquinhas e leve-as ao forno moderado (180 °C), pré-aquecido, em uma assadeira antiaderente, coberta com papel-alumínio, por 15 minutos ou até ficarem macias (para verificar, espete com um garfo, ou palito) .
Faça uma base de purê em um prato, coloque a barquinha e decore com uma bandeirinha.
 Crie uma bela historinha, e navegue pelos sete mares.

Do blog:de colher pra colher
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