quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Uma boa para a ceia de fim do ano


Sopa de lentilhas com chorizo e bacon


Ingredientes

250 grama(s) de lentilhas
1 unidade(s) cebola média
1 unidade(s) tomate médio
150 grama(s) bacon
150 grama(s) chouriço
1 unidade(s) folha de louro
sal e pimenta
Modo de preparo
Coloque em uma panela as lentilhas, o tomate inteiro sem olho, a cebola, o bacon, o chorizo e a folha de louro. Adicione 1l de água e cozinhe até a lentilhas ficarem "al dente". Depois coe e reserve o caldo. Bata este no liquidificador com o tomate e a cebola. Tempere com sal e pimenta. Para servir corte o bacon em quadrados e o chorizo em rodelas. Junte o caldo e as lentilhas e sirva em prato fundo."


Boas entradas e boa sorte

domingo, 26 de dezembro de 2010

Já não gosto do Natal

a meus irmãos, Paula e Ricardo
por Ana Martins

Eu? Já não gosto do Natal. Perdeu todo o sentido, sabor, até o cheiro. Este formato do fazer compras porque sim, nas vertentes ter-de-dar-às-professoras-dos-filhos, fica-mal-não-oferecer, ou a pior, ter-prendas-para-retribuir-a-quem-não-vou-dar-e-que-sem-esperar-me-dão, confesso que me dão ataque de taquicardia.

para ler ao som de:



Azeite Gallo - anúncio televisivo de 1995

Esta mentalidade consumista do ter de dar incomoda-me. Eu? Gosto de dar, de preferência sem datas adjacentes e aquilo que faça o meu amigo sorrir. E sim, basta um gesto. Um bilhete escrevinhado às vezes toca mais que o objecto de consumo desejado! É o acto de dar que está subvertido neste Natal dos dias de hoje que recuso fazer parte. É um frete!, e não sei se a desculpa da minha provecta idade serve, mas cada vez tenho menos paciência para os fazer...
Recordo com ternura a minha melhor memória de cheiro de Natal. No afã da véspera, a avó Rosa na cozinha a socar num alguidar a fazer os mágicos sonhos molhados, ensopados na calda doce, o cheiro profundo da laranja a impregnar a atmosfera de um calor patente nas bochechas rosadas da cansada avó na massa assim bem amassada, e o cheiro do leite açucarado sarapintado com canela e limão do inigualável e inesquecível arroz doce de minha mãe, que como marca indelével nos ficou no ar, na memória, nas narinas na mescla dourada dos fritos. Não recordo outros natais que nos fez perder a nossa mãe e depois a nossa avó. Devia ser proibido por decreto-lei morrer-se no Natal e matar o Natal em cada um de nós. Hoje, já não sendo crianças, já sem as avós e a mãe, com novas recordações e em cozinhas diferentes, o meu irmão, a minha irmã e eu temos as nossas próprias famílias, outros compromissos e apesar de ambas excelentes cozinheiras que assumidamente somos, encomendamos a lista de doces na melhor pastelaria e mandamos o marido para a fila interminável. Devo confessar que hoje, enquanto dona de casa, considero a praticabilidade da coisa muito conveniente. O nosso irmão continua a ser muito prático na forma de gerir as divisões de tempo, espaço, as emoções e os natais. Admiro-o também por isso!
Uma reflexão que pairou no ar neste mês de Dezembro deixou-me pensativa. Se a crise que assola o país faria a contenção necessária a parar a fúria desregrada do consumismo e por via da crise, os valores verdadeiros voltariam. Se os meios justificam o que quer que seja para chegar aos fins pretendidos? Não gosto dessa filosofia. Não gosto nem acredito que a contenção espartana faça parte no nosso normal funcionamento, nem por termos bolsos vazios faça valores alguns voltarem. Acredito que o caminho tenha de ser outro, diferente.
Se há coisa que me incomoda é ver pessoas a dormir em caixotes de papelão num qualquer canto das nossas cidades e ver outras pessoas passarem sem sequer os notarem. Mas são capazes de grandes gestos, de grandes depósitos num qualquer NIB da moda para ajudar uns quaisquer desgraçadinhos. Eu? Volta-me à ideia o darmo-nos num pequeno gesto. Porque faz sempre a diferença na alma de quem é acarinhado.
Como se chega a esse ponto de abandono permanece um mistério para mim. Em conversa com minha amiga Paula Cascais, debatíamos esse ponto há dias. Foram as más escolhas na vida que os conduziram a viverem na rua? Ao ajudá-los, ou a associações que lhes proporcionam refeições quentes e roupa lavada, estaremos a ajudar realmente ou a perpetuar esse movimento? Qual a melhor abordagem para efectivamente fazer a diferença na vida de cada uma dessas pessoas? Agrada-me o fazer o bem sem olhar a quem e sobretudo, não haver focos de luz sobre cada acto que se faz de voluntariado, de bondade, de ajuda ao próximo. Não acredito em grandes gestos porque é Natal, mas em oferecer uma sopa ou mais roupa quentinha a pessoas sem-abrigo nesta época, isso faz sentido, não pelo Natal, mas porque está frio, porra!
A forma de se viver o Natal hoje representa como se vive a vida. A correr desenfreadamente na semana a cumprir horários e esperar pelo fim-de-semana para depois logo começar outra semana. Amiúde acerca-nos a ideia que o Natal está já aí e que o ano passou a correr. Porque passou mesmo. Penso que a certas pessoas, nessa correria desenfreada lhes falta todo o sentido, sabor, até o cheiro que a vida deveria ter. O ter tempo para os filhos. Ler-lhes antes de adormecerem em vez de ficarem a ver novelas e os putos no quarto nas respectivas consolas. Explicar os porquês em vez de um agora não. Posso soar moralista, a roçar o fundamentalista neste tema, mas acredito piamente que a educação que damos a nossos filhos faz a mudança, aquela que aos 20 anos todos acreditamos conseguir um dia vir a mudar o mundo.
Enquanto escrevo no meu portátil, um anúncio na TV chama a minha atenção, distrai-me o suficiente para levantar os olhos e murmurar um “adoro isto” - o do azeite, versão alargada missa do Galo. O meu filho, sempre atento, busca o comando e num simples clique faz o meu Natal! Grava o anúncio e enquanto o repete vezes seguidas só para meu deleite, cantamos os dois ó rama ó que linda rama a olhar-me bem dentro dos meus olhos, lá no fundo, onde ainda há Natal.



Receita:

  • Um pires de azeite
  • fatia de pão (vá, com o travo ácido e o miolo bem compacto do nosso pão alentejano)
Sirva como entrada. Um gesto simples. Molhar o pão no azeite e deleite-se.



A todos que tenham tido um Bom Natal, 
que o próximo ano possa ser melhor.




sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Renovaçâo


Aproveito o desenho da neta Valentina - as crianças e sua inocência nos renovam - para desejar a amiga Ana e aos que passam os olhos pelas minhas postagens uma Noite feliz!

Rabanada e coisa e tal...


Do :Ig.com.br

"Por que comemos rabanada no Natal?

"Os mais moderninhos podem mudar o roteiro natalino, assar carnes e montar a mesa de jeitos diferentes. Mas ninguém consegue escapar de alguns ícones da ceia. Peru, bacalhau, rabanada. Vale vir no meio da salada, fatiados como carpaccio, com caldas surpreendentes. Só não podem faltar. Mas como será que surgiram esses costumes, presentes em nossas lembranças mais remotas?

Rabanada: nada mais é do que uma fatia de pão dormido umedecida em leite, frita e depois passada em açúcar e canela. Há versões com vinho, castanhas, mel, frutas. Também herança de Portugal, contam que a rabanada era servida a mulheres no pós-parto porque ajudava na produção do leite materno -- daí o apelido "fatia parida". Verdade ou mito, é certo que trata-se de um alimento, digamos, forte. Na França, ela muda de identidade e vira a clássica sobremesa pain perdu, servida com creme inglês e compota de pera, durante o ano todo. Muito calórica (cada uma tem, em média, 150 Kcal), vale cada centímetro de cintura adquirido. Talvez por isso, só seja consumida (sem culpa) uma vez por ano. Em um daqueles dias em que os pecados da gula fazem parte da brincadeira.

Receita de rabanada Pavelka -
Vale lembrar que, nesta época do ano, faz frio no hemisfério Norte. Justifica o cardápio deles, não o nosso. Mas, se heranças são inevitáveis, o melhor a fazer é tirar proveito delas. As receitas tradicionais podem ficar ainda mais deliciosas com pequenos caprichos. Como a calda de castanha, frutas e vinho do Porto.

Receita:
10 unidades

Ingredientes
1 pão de boa qualidade próprio para rabanada
4 xícaras de leite integral
4 colheres de sopa de açúcar
4 ovos
1 tablete de manteiga sem sal

Modo de fazer
Retire as pontas do pão. Corte-o em fatias de aproximadamente 2,5 centímetros. Misture a açúcar ao leite morno. Bata os ovos, misturando bem a clara e a gema. Pegue uma fatia de pão mergulhe no leite com açúcar e depois nos ovos (dos dois lados do pão). Derreta a manteiga em uma frigideira, baixe o fogo e frite a rabanada dos dois lados, dourando-a levemente.

Calda de vinho do Porto com frutas secas"

Um doce e santo Natal

Conforme o prometido seguem receitas de doces para o Natal. Não por acaso as que vou preparar para a ceia de hoje e para o almoço de amanhã.

Tigelinhas (ou quindins) de nozes
1 ovo inteiro
12 gemas
100 gramas de manteiga
2 xícaras (de café)de açúcar
1 colher (de sobremesa mal cheia) de trigo
300 gramas de amêndoas ou nozes grosseiramente picadas
Misture tudo,exceto as nozes.Bata no liquidificador por no mínimo 10 minutos. Junte as nozes ou amêndoas sem bater,apenas misture delicadamente.
Ponha numa forma grande untada com manteiga e polvilhada com açúcar ou em forminhas. Leve ao forno médio em banho-maria por cerca de 1 hora. Deixe arrefecer no forno.
Desenforme ainda morno.


Bolo leve de chocolate com baba de amêndoas

Bolo

6 ovos
100g de amêndoas moídas sem peles (na receita original era côco),
2 colheres de margarina
6 colheres de açúcar
6 colheres de chocolate
1 colher sopa de fermento em pó
Bate-se tudo no liquidificador. Leva-se a assar.
Na receita original cobre-se  com brigadeiro mole ou calda de chocolate na de hoje vou rechear com baba de amêndoa.

Baba de Amêndoa

500 g de açúcar (menos meio copo)
2 xícaras e meia de água
6 ovos inteiros
100 gramas de amêndoas e 100 ml de água para o "leite"
Aqueça os 100 ml de água e junte as amêndoas. Deixe de molho até esfriar. Bata as amêndoas com a água no liquidificador ou processador. Coe e reserve o líquido. Guarde as amêndoas moídas.
Faça uma calda com a água e o açúcar (deve ficar grossa). Espere esfriar. Bata o leite de amêndoas com os ovos por cerca de cinco minutos. Junte a calda fria e bata bem.
Leve ao fogo brando até ganhar ponto,se quiser junte as amêndoas moídas ou junte amêndoas picadas.Leve para gelar.


domingo, 19 de dezembro de 2010

É Natal...


O tempo corre cada vez mais depressa e esse ano não tivemos tempo de elaborar receitas especiais de Natal.

Escolhi algumas do ano passado e esperamos que no ano que vem tenhamos um pouco mais de tempo.
Hoje algumas receitas de iguarias salgadas, amanhã postamos algumas de doces.


Bacalhau Espiritual


Ingredientes:

* 700 g de bacalhau demolhado
* 1 litro de molho Béchamel
* 400 grs. de cenouras
* 2 cebolas grandes
* 1 colher de sopa de manteiga
* 1,5 dl de azeite
* 8 gemas de ovos
* miolo de 2 pães
* sal q.b.
* pimenta moída na altura q.b.
* queijo ralado ou pão ralado q.b.
* manteiga q.b.

Preparação:

Coza o bacalhau, limpe-o de peles e espinhas, faça-o em lascas e reserve.
Rale as cenouras depois de descascadas.
Pique as cebolas finamente.
Leve ao lume numa caçarola estes dois legumes com o azeite e a manteiga.
Quando a cebola ficar translúcida, junte o bacalhau e mexa bem.
Embeba o miolo do pão num pouco de leite, escorra e junte ao bacalhau.
Tempere o Béchamel Parmalat com sal e pimenta, junte as gemas de ovos, misture bem e leve ao lume a aquecer bem, mas, sem deixar ferver.
Misture metade do molho ao bacalhau, ponha este preparado num pirex.
Cubra com o restante molho, polvilhe com queijo ou pão ralado e por cima distribua nozinhas de manteiga.
Leve ao forno a (200º C) durante cerca de 20 minutos.


Trazemos duas versões do tradicional peru recheado. A primeira mais tradicional e a segunda mais leve.

Peru recheado com castanhas e ameixas*

De véspera tempere o peru a gosto (limão,alho,sal,cebola picada) e junte um copo de vinho tinto. Deixe marinar na geladeira coberto com um plástico )uma boa dica é deixar dentro de um saco plástico pois assim absorve melhor os temperos.
Pique os miúdos do peru e refogue em manteiga, alho, cebola e sal. Assim que estiverem macios e dourados junte 200g de ameixas secas sem caroço e 250 g de castanhas cozidas partidas em pedaços não muito pequenos. Junte um pão baguete (cacete) previamente amolecido com um pouco de água quente e bem espremido.
Assim que estiver o recheio bem ligado, prove os temperos e o sal.Reserve.
Recheie o peru com a mistura e costure com linha de culinária.
Leve o peru para assar num tabuleiro e besunte com manteiga ou azeite e regue com o molho da marinada. Cubra com papel alumínio e sempre vá regando com o molho da assadeira.
Depois de cozido,retire o papel alumínio e deixei dourar.
Peru recheado com castanhas (versão mais leve)**

Ingredientes (para 10 pessoas)
1 Peru com cerca de 3 kg
4 Limões
2 Laranjas
100ml de Vinho Branco
1 Colher de chá de colorau
4 Colheres de sopa de azeite
5g de Sal
Pimenta q.b
1kg de Arroz
Peru
Recheado
Recheio
500g de Castanhas
2 Cebolas
3 Cenouras
250g de Couve penca
50g de Azeitonas
50g de Miolo de pão alentejano
10 g de Salsa picada
1 Limão
1 Colher de sopa de azeite
Preparação
De véspera, colocar o peru de molho em água fria com sal
moderado, a laranja e os limões com a casca, cortados às
rodelas. No dia seguinte, cozer as castanhas e triturá-las. Saltear os
legumes com um fio de azeite e juntar às castanhas trituradas. Juntar um
pouco de vinho branco e misturar bem. Juntar o miolo de pão amolecido
em água quente, as azeitonas aos bocadinhos, a salsa e a cebola picadas.
Temperar com sal, pimenta e a raspa da casca do limão. Encher a cavidade
do peru, com este sem peles, e coser a abertura com linha de culinária.
Cobrir uma assadeira grande com uma cebola às rodelas e adicionar o
azeite. Colocar o peru na assadeira, regar com vinho branco e sumo de
limão.
Levar a forno médio. Durante a cozedura, regar com o molho que se forma
na assadeira. Se necessário, acrescentar sumo de limão. Deixar assar até
ficar louro.

*Receita 1:Criação minha
** Receita 2:Fonte
Receitas para uma Ceia de Natal mais saudável,Associação Portuguesa dos Nutricionistas



Os cardápios de Natal em geral são feitos para grandes ceias, grandes reuniões de família.
No entanto o padrão de família vem mudando e há muitos casais sem filhos que moram longe de outros parentes e que ficam sem sugestões de pratos típicos das festas em versão reduzida.
Hoje trouxe uma receita do tradicional peru, porém usando só o peito e para acompanhar um delicioso molho de amoras,afinal a cor predominante do Natal é o vermelho em suas diversas nuances.

Peito de Peru com Molho de Amoras


½ peito de peru, sem pele e sem osso (1,2 Kilos)
1 colher (sopa) de sal 1 (sopa) de orégano
4 dentes de alho amassados
½ colher (chá) de sementes de erva-doce

Molho:
2 xícaras de amora congelada (220 gramas)
2 collheres (sopa) de açúcar (70 gramas)
3 colheres (sopa) de vinagre balsâmico
½ colher(sopa) de amido de milho
½ colher (chá) de sal


Numa panela grande, ferva 2 litros de água em fogo alto. Numa tigela pequena, juntar o sal, o orégano, o alho e a erva-doce. Temperar o peru com essa mistura. Embrulhe-o várias vezes em papel-alumínio para vedar bem. Colocar na água e esperar voltar a ferver. Abaixe o fogo, tampar e cozinhar por uma hora. Deixar esfriar. Desembrulhe o peito de peru, cortar em fatias finas e colocar numa travessa. Reservar. Preparar o molho: Numa panela média, misturar todos os ingredientes (reservar ¼ de xícara das amoras). Cozinhar em fogo médio, mexer sempre, até ficar ligeiramente espesso (cerca de 8 minutos). Juntar as amoras reservadas e misturar. Deixar esfriar. Espalhar o molho sobre as fatias de peru.

Bon apetit. Para acompanhar um espumante e de sobremesa umas deciliosas tigelinhas de nozes.
Amor,amoras,sabor e histórias...


domingo, 12 de dezembro de 2010

Compota nova: doce de manga verde




Aqui na minha cidade o vento costuma soprar forte (e eu adoro) e muitas vezes as frutas caem ainda verdes. Tenho no quintal um pé de manga rosa e vez por outra caem frutos ainda verdes, sem possibilidade de amadurecerem fora do pé. 
As mangas são grandes e fiquei com pena de jogar duas delas fora porque caíram bem verdinhas. Fui pesquisar na internet  sobre doce de manga verde. Achei três versões e uma delas de uma cozinheira mineira, gente que entende de compotas, porque apesar de parecer simples uma boa compota é uma arte, que o diga minha mãe.
Li as receitas e segui minha intuição para fazer meu próprio doce. Acho que manga não combina com cravo mas com um leve toque de canela.

Doce de manga verde

mangas verdes 
água
açúcar q.b.
canela a gosto

Corte as mangas em pedaços e leve ao fogo por 20 minutos cobertas com água (usei também os caroços), Depois desse tempo escorra e jogue a água fora passe as mangas pela peneira, raspe os caroços e jogue fora.
Meça a quantidade de polpa e ponha a mesma medida de açúcar cristal (amarelo) e um pouco d' água (use o bom senso). Leve o doce ao fogo bem baixo mexendo sempre para não grudar na panela. Se necessário junte mais açúcar e um pouco mais de água. Junte um pitadinha de sal e acerte o açúcar, quando estiver desprendendo do fundo da panela está bom.
Sirva com queijo.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Brasilidade


Walnize Carvalho

A mulher saiu cedo.
Ida ao supermercado. Visitou a seção de importados. Encheu o carrinho de produtos diversos: alimentos da culinária japonesa, vinhos chilenos, massas italianas, temperos exóticos, frutas desidratadas...
Desfilava com a mercadoria, quando na seção de panelas, viu seu rosto espelhado no inox.Sorriu irônica.Lembrou-se de Dolores, sua fiel cozinheira, que sendo mineira era uma expert em pratos de sua cidade natal.
Olhou para o relógio. Apressou o passo, pois estava atrasada. Retornou a mercadoria aos seus lugares.
Apanhou uma cestinha. Colocou feijão mulatinho, couve, carne seca, linguiça, paio...
Dirigiu-se ao caixa.
Ah!...Voltou para buscar a aguardente e limão para a “caipirinha”.
Pagou a conta e saiu.
Chegou à casa.Pôs sobre a pia da cozinha todo o material comprado no supermercado.
Enquanto se arrumava para o trabalho colocou um samba para tocar pensando na feijoada de domingo.

Feijoada light

Ingredientes

100 g de lombo congelado
150 g de lombo salgado
100 g de carne seca magra
150 g de feijão preto
Louro a gosto
Cheiro verde picado a gosto
Cebola picada a gosto
Dente de alho picado a gosto
1 colher (sopa) de margarina light sem sal

Modo de Preparo
1.Deixe o feijão de molho na água de véspera
2.Em separado, deixe as carnes salgadas de molho em água, também de véspera, trocando várias vezes a água durante este período
3.No dia, ferva as carnes salgadas e jogue a água fora
4.Ferva novamente
5.Se a água ainda estiver engordurada, basta colocá-la, já fria, no freezer ou geladeira
6.A gordura se solidificará na superfície, podendo ser facilmente removida com uma colher
7.Renovar e tornar a ferver
8.Esta água será aproveitada para o cozimento da feijoada
9.Cozinhe o feijão, adicione um refogado feito em frigideira antiaderente, sem óleo, com a cebola, o alho, o cheiro-verde, o louro e as carnes em pedaços
10.Verifique o sal e sirva.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Um churrasqueiro na família


Já se foi o tempo em que as mulheres diziam: - homem na cozinha...nem pensar!E assim, tenho em casa(meu filho Guilherme) um expert na arte de pilotar um fogão.Fogão... (faz uma costela de boi com aipim de dar água na boca)mas o seu dote culinário tem no churrasco a sua grande revelação.
Pedi que me desse dicas e segredos para que eu repassasse para os leitores do blog.Sei que a concorrência é grande(há muitos "churrasqueiros" espalhados por este mundão de Deus) mas sabe como é: feito por filho,com um grande sorriso nos lábios e me servindo a carne do jeito que gosto!?!...
Então,vamos lá!
Ele afirma, que os primeiros ingredientes são: bebida, amigos e alguns quilos de carne, em qualquer lugar que se possa fazer montar uma churrasqueira improvisada para suportar a grelha ou os espetos; saber escolher a carne é primordial."Evite congelados" e avisa: quando a carne passa pelo freezer ela fica mais dura e perde o sabor;calcule quanto tempo você terá para preparar a carne (picanha, alcatra e fraldinha são carnes de preparo rápido. Enquanto costela e cupim devem ser assados lentamente);É a gordura da carne que garante o sabor e maciez, por isso a picanha sempre é uma boa pedida.
E segue: Corte a carne na transversal em relação à fibras, senão a carne poderá ficar dura.
Como todos sabem, o tempero recomendado é o sal grosso,que você poderá temperar a gosto, mas cuidado para nao exagerar. Bata a carne para retirar o excesso.
Dica importante:Para apagar as labaredas, não use água, pois poderá levantar fuligem e estragar o sabor. O correto seria usar areia ou cinzas do churrasco anterior.
E vai fundo na explicação: Você primeiro coloca a carne perto do fogo, assando muito rápido os lados da carne, assim o sumo fica armazenado nela. Depois pode subir a grelha ou os espetos e assar normalmente. e é enfático:A carne deve ser assada na brasa, o fogo queima a carne por fora sem que ela cozinhe por dentro. Por isso é preciso ter paciência...
No mais...Bom apetite!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Sopas: em regime de urgência

A nutricionista do meu filho recomendou sopa pelo menos em duas noites por semana.
Na primeira semana cumpri a risca e fiz uma sopinha de beldroegas que nem sabia que tinha no meu jardim. Ficou deliciosa e já repeti a dose. Não é das mais belas como podem ver pela foto (e olha que a câmera é muito boa) mas o sabor é muito bom.

Sopa de beldroegas
1 molho de beldroegas ;
2 cebolas ;
500 g de batatas ;
azeite qb ;
1 cabeça de alhos ;
500 g de pão caseiro ou de 2ª ;
4 ovos ;
2 queijinhos frescos (usei pedaços de Minas frescal)



Confecção:

Preparam-se as beldroegas aproveitando apenas as folhas.Cortam-se as cebolas ás rodelas e alouram-se com o azeite. Juntam-se as folhas de beldroegas lavadas e deixam-se refogar muito bem mexendo com uma colher de pau. Regam-se com cerca de 2 litros de água e deixa-se levantar fervura.
Retiram-se as peles brancas à cabeça dos alhos, que se introduz inteira (sem retirar a pele roxa de cada dente de alho) na panela com o caldo a ferver. Juntam-se ainda as batatas cortadas ás rodelas grossas. Tempera-se a sopa de sal e deixa-se cozer.
Na altura de servir, introduzem-se no caldo os ovos um a um e deixam-se escalfar. Por fim metem-se na panela os queijinhos cortados aos quartos.
Tem-se o pão cortado ás fatias numa terrina e rega-se com o caldo.
À parte servem-se as batatas, os ovos, as beldroegas e os queijinhos.

Receita adaptada da que encontrei no http://www.gastronomias.com


Hoje navegando a procura de sopas leves (odeio a sopa de legumes tradicional) descobri a de cenoura com laranja, não provei mas vou postar aqui e quando possível vou fazer.


Sopa de cenoura, laranja, mel e gengibre


Ingredientes:

200 ml de suco de laranja
3 colheres (sopa) de cenoura picada
½ colher (chá) de mel
1 colher (chá) de gengibre
sal e pimenta a gosto

Modo de Preparo:
Bata tudo no liquidificador e ferva. Coe em uma peneira bem fina e deixe esfriar.



terça-feira, 23 de novembro de 2010

Historias recheadas de afetividade


Num domingo desses em que a chuva veio aumentar o estado nostálgico("Domingo é um dia oco"- Clarice Lispector)me dei a faxinar gavetas.Nelas, encontrei um caderno guardado dos tempos de ginásio,em que eu e as colegas escrevíamos ou transcrevíamos poemas,frases afetuosas. pensamentos, ditos populares...Entre essas ternuras encontrei a que reproduzo aqui:

Bolo do coração

"Ingredientes:
2 xícaras de afeto
1 xícara cheia de compreensão
1 xícara de amor
1 copo grande derramando de paz
1 colher de fermento de respeito
1 pitada de serenidade

Modo de fazer:

Misture o afeto, a compreensão e a paz junto com o amor. Acrescente o respeito e a serenidade. Leve ao fogo brando. Não deixe ferver!
Depois de pronto, sirva com carinho e amizade, coberto com muita felicidade..."

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Zeca Baleiro também faz Arte na cozinha


O cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro, tem um hobby antigo: "Sempre fui curioso em relação à culinária, e sou um grande observador", diz o músico que nas horas vagas do estúdio faz o papel de mestre-cuca.
Sua paixão pela gastronomia é tão séria que já há algum tempo Baleiro quer tirar da gaveta um livro de receitas, e emplacá-lo com o mesmo sucesso de seus 3 CDs, "Por Onde Andará Stephen Fry?" (1997), "Vô Imbolá" (1999) e "Líricas" (2000).
Baleiro arrisca-se no campo da culinária há 15 anos, influenciado pela família. Seu nome artístico, inclusive, veio de um vício juvenil: Zeca sempre foi um consumidor assíduo de doces e balas.
Além do pai ser um "doceiro de mão cheia", como costuma dizer, Zeca já teve uma
loja de balas, tortas e doces caseiros em São Luís —- ambos indícios de que seu interesse pela cozinha o acompanharia. Elementos musicais e receitas
freqüentemente se encontram em seu balaio. Pratos e ingredientes são referências constantes nas letras de suas canções, e algumas das criações culinárias carregam nomes engraçados, com trocadilhos bem-humorados, como sua receita de "Vera Fisher", ou que levam o nome de um de seus CDs, como "Arroz a la Stephen Fry".
Entrevista:
Basílico - Desde quando você se interessa por culinária?
Zeca Baleiro - Sempre fui muito curioso, mas só lá pelos 20 anos comecei de fato a pôr a mão na massa. Tive contato desde cedo com grandes cozinheiras, na cidade de Arari (MA), onde passei a infância, e isso despertou minha curiosidade.
Basílico - Quantas receitas você tem no seu banco de dados?
Baleiro - Acho que umas 60, entre as criadas por mim e as recolhidas em viagens.
Basílico - Há preferência por algum prato?
Baleiro - Gosto especialmente de peixe, mas procuro fazer de tudo.
Basílico - E as receitas com nomes engraçados?
Baleiro - Os nomes foram uma forma bem-humorada que achei para homenagear amigos e ícones. Assim surgiram "Vera Fisher", um badejo com licor de Cassis, mel e manjericão, e o "Arroz a la Stephen Fry", um risoto com queijo e gergelim.
Basílico - Como você formula as receitas?
Baleiro - Certa vez fui visitar o Zé Kéti, grande sambista já falecido, na época em que ele morou em São Paulo. Ele fez um almoço maravilhoso pra mim, cheirava bem à beça na panela, mas não ficava pronto nunca. Como eu tinha um compromisso em seguida, não pude esperar, e acabei ficando na mão, com água na boca. Depois criei um prato em homenagem a ele, a "Corvina da Nega Dina".
Basílico - Tem alguém da sua família que cozinha?
Baleiro - Tenho uma irmã que é expert em cozinha regional, e meu pai é um doceiro de mão-cheia, faz uns licores deliciosos também.
Basílico - Quais são seus pratos preferidos?
Baleiro - Um cozido à maranhense, que leva várias verduras. Mas sou eclético, vou tanto à churrascaria quanto ao macrobiótico.
Basílico - Em que momentos você gosta de cozinhar e para quem?
Baleiro - Naqueles sábados preguiçosos, meio frios, com todo o tempo do mundo, gosto de cozinhar para os amigos. O cozinheiro também precisa de platéia. Cozinhar
é um exercício de humanidade: às vezes, tem o peso de uma oração.

Receita de "arroz a la Stephen Fry"
É um excelente acompanhamento para carne ou frango. Não esqueça que o arroz integral requer muito mais tempo de cozimento!
Ingredientes
1 xícara de arroz integral

8 xícaras de água

2 colheres de óleo de girassol ou canola

1 cebola picada

1 dente de alho amassado

1 colher de salsinha picada

sal a gosto

4 colheres de sementes de gergelim torradas levemente numa frigideira
Modo de preparar
1. Escolha, lave o arroz e deixe-o de molho de um dia para outro em 3 xícaras de água

2. Aqueça o olho e frite levemente o alho, a cebola, a salsinha e o sal

3. Acrescente o arroz com a água do molho e despeje as restantes 5 xícaras de água fria

4. Espere levantar fervura, abaixe o fogo e deixe cozinhar por aproximadamente uma hora, até o arroz ficar bem macio.

5. Antes de servir, misture levemente as sementes de gergelim torradas

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Patê de castanhas: Dia de São Martinho

Conversando com a Ana, perguntei se hoje era o Dia de São Martinho e ela respondeu que era só no dia 11. Afinal o ano anda tão rápido que se espantou quando eu disse:"Então, dia 11, hoje!!"

Para quem quer saber mais sobre a Lenda de São Martinho é só seguir o link.http://www.malhatlantica.pt/netescola/omouro31/Smartinho.htm

Achei no Sapo Sabores uma receita de patê de castanhas, fiz umas adaptações e posto aqui.

Ingredientes
400 g de castanhas
2 nabos
1 talo de alho francês (alho poró)
50 g de margarina
1 dl de creme culinário
Sal q.b.
Água
Pimenta preta moída (prefiro sem pimenta)
Salsa picada
Preparação
Descasca-se os nabos, picando-os em pedaços pequenos. Depois, corta-se às rodelas o alho francês. Lava-se tudo em água corrente, escorrendo de seguida. Num tacho derrete-se a margarina e junta-se os legumes preparados.

Adiciona-se, então, as castanhas e tempera-se de sal. Fica a cozinhar em lume brando, mexendo de quando em vez. As castanhas devem ficar macias. Deita-se o cozinhado no liquidificador, adiciona-se o creme culinário. Perfuma-se com pimenta preta moída na altura e salpica-se com salsa.

Uma delícia para comer com torradinhas e um bom vinho.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Letras que alimentam





Em plena Bienal do Livro em nossa terra goitacá,uma dica de livro infantil e uma receita que combinam:

Livro: "Sopa de Letras"
Nele, as vogais e as consoantes são como as pessoas: cantam, gaguejam, namoram letras vindas de fora, metem-se onde não são chamadas, brincam com o poeta, rimam e fazem uma deliciosa sopa de letras.

Alimentados por ela, os mais pequenos divertem-se, contactando com as letras do alfabeto de forma melodiosa, com espaço para a interpretação cognitiva, dramática e lúdica.
Com receitas (textos) de João Manuel Ribeiro, sabiamente cozinhadas (ilustradas) por Anabela Dias, o título Sopa de Letras tem um sabor a magia, que apetece provar."


A receita:
SOPA DE LETRINHAS

Ingredientes:
4 batatas
2 cenouras
10 vagens
2 mandioquinhas
2 tomates
1 cebola
2 dentes de alho
2 colheres de óleo ou azeite
1 pitada de sal
1 xícara de macarrão de letrinhas
Modo de preparo:

Lave bem e depois descasque todos os legumes
Corte os legumes em pedaços pequenos
Pique a cebola e o alho e frite-os no óleo ou azeite; coloque também o sal ou tempero de sua preferência
Coloque os legumes na panela juntamente com a cebola e o alho picados e fritados
Despeje água (quantidade suficiente para cobrir os legumes e sobrar um poquinho)
Deixe cozinhar até os legumes amolecerem
Coloque o macarrão de letrinhas
Depois é só servir e saborear!!!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Leve,saborosa e... búlgara


No histórico familiar da presidenta eleita para o Brasil(Dilma)consta a decendência búlgara.
Fui pesquisar um pouco da culinária típica da Bulgária e encontrei:

Comida búlgara

“A comida búlgara tem muita similaridade com a grega e a turca: muita carne, de porco ou de cordeiro, e muito “boi ralado”, como em Beagá! – de sabor picante e com condimentos fortes (pimentão picante, orégano, salsinha, segurelha, pimenta preta e pimentão vermelho). Gostam muito de feijões brancos, couve e sopas – além da popular tarator (sopa fria de pepino com iogurte), há a shkembe chorba, (sopa quente de tripas de cordeiro ou de porco, temperada com vinagre e alho).
Os principais pratos populares são o kebabche, o kufte e a musaka. Os dois primeiros são muito similares. Ambos são feitos com carne moída picante e grelhada. Se diferenciam principalmente pela forma. Musaka é prato tradicional, feito de batatas recheadas e carne moída, com cobertura de iogurte, farinha e ovos”. Há a kebapcheta (almôndegas de carne de vaca e de porco, grelhadas e bem condimentadas); o guiuvech (carne de vaca ou porco, tomate, pimentão e ervilha, cozido no forno dentro de uma vasilha de barro); o shishcheta kavarma (carne de vaca ou de porco com muita cebola); e a patcha (pernil de porco temperado com sal, alho e muita cebola + papada de porco gordo, gordo, que cozinha até virar geléia), que é comida gelada.”

Mas, para um bom começo uma saladinha cai bem:


SALADA CHOPSKA (com as 3 cores da bandeira búlgara)

4 tomates
1 pepino
2 cebolas
2 pimentões vermelhos
4 azeitonas
1 pimenta vermelha
queijo feta
azeite
sal
vinagre
folhas de salsinha

Retire a pele dos pimentões na chama do fogão. Corte todos os legumes, misture com o azeite, o vinagre e o sal. Rale o queijo e decore com as azeitonas e as folhas de salsinha.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Simples mas presente

Acordei com um grito nas notícias matutinas: "DILMAAAAA!" Ganhou, pensei enroscando-me num sorriso transformado num suspiro de alívio. Ganhámos. E adormeci de novo no feriado chuvoso.
Um grande abraço, Ana Paula Motta deste lado do Atlântico, é uma verdade batida, mas o dia de amanhã é forçosamente melhor que o de hoje.



para ouvir ao som de


o café pela manhã estava a fumegar e ele impaciente. não tinha tempo para esperar que arrefecesse. saiu batendo com a porta sem se despedir da mulher e esquecendo que tinha de levar a filha à escola.

Este podia ser o início de um outro conto do meu livro agora entregue nas mãos do editor, a sair em breve no mercado, cuja temática é violência doméstica.

Erradamente pensa-se que é um tema no feminino, mas sobre isso, escrevi abundantemente no meu romance. Hoje quero falar de outra mulher - Dilma. Não pensem que por ser portuguesa não me sinto feliz e honrada por uma mulher ter sido eleita presidenta no Brasil. O mundo é cada vez mais global e das mulheres! Não somos mais o sexo frágil, nem a imagem da esposa dedicada que fica em casa a coser meias ou a escovar o fato do senhor seu marido existe. Hoje muitas vezes fazemos uma simples tosta e seguimos o dia corrido.
Como cantava o poeta, o mundo pula e avança, era o que dizia, sempre que um homem sonha, como bola colorida entre as mãos de uma criança. Pois é como me senti hoje. Dilma venceu as eleições. Aninha e eu completámos uma longa tarefa conjunta com o oceano pelo meio alinhavada pela net e alimentada com muito carinho (mas sobre isso, faremos em breve um post em conjunto, prometemos).

Tosta Mista (inventada)


2 fatias de pão bem consistente
fiambre
queijo
rodela de tomate
fio de azeite
oregãos e pimenta q.b.
malagueta verde em pickle
Todos os ingredientes bem prensados dão uma tosta mista com um sabor reinventado (a chamar os sabores italianos) que faz as delícias dos mais gulosos.

Coisa de Mulher: Bolo amoroso


Estamos muito felizes, tenho certeza que falo por todas as editoras desse blog.
O Brasil elegeu a primeira mulher para a presidência, uma mulher especial.
Uma mulher com uma bela e sofrida história de lutas.
Uma guerreira pela liberdade do seu país, torturada e presa aos dezenove anos.
Competente, trabalhadora e agora presidenta. Para ela "pesquei" esse poema no site do Partido dos Trabalhadores.
500 anos esta noite

Pedro Tierra


De onde vem essa mulher
que bate à nossa porta 500 anos depois?
Reconheço esse rosto estampado
em pano e bandeiras e lhes digo:
vem da madrugada que acendemos
no coração da noite.

De onde vem essa mulher
que bate às portas do país dos patriarcas
em nome dos que estavam famintos
e agora têm pão e trabalho?
Reconheço esse rosto e lhes digo:
vem dos rios subterrâneos da esperança,
que fecundaram o trigo e fermentaram o pão.

De onde vem essa mulher
que apedrejam, mas não se detém,
protegida pelas mãos aflitas dos pobres
que invadiram os espaços de mando?
Reconheço esse rosto e lhes digo:
vem do lado esquerdo do peito.

Por minha boca de clamores e silêncios
ecoe a voz da geração insubmissa
para contar sob sol da praça
aos que nasceram e aos que nascerão
de onde vem essa mulher.
Que rosto tem, que sonhos traz?

Não me falte agora a palavra que retive
ou que iludiu a fúria dos carrascos
durante o tempo sombrio
que nos coube combater.
Filha do espanto e da indignação,
filha da liberdade e da coragem,
recortado o rosto e o riso como centelha:
metal e flor, madeira e memória.

No continente de esporas de prata
e rebenque,
o sonho dissolve a treva espessa,
recolhe os cambaus, a brutalidade, o pelourinho,
afasta a força que sufoca e silencia
séculos de alcova, estupro e tirania
e lança luz sobre o rosto dessa mulher
que bate às portas do nosso coração.

As mãos do metalúrgico,
as mãos da multidão inumerável
moldaram na doçura do barro
e no metal oculto dos sonhos
a vontade e a têmpera
para disputar o país.

Dilma se aparta da luz
que esculpiu seu rosto
ante os olhos da multidão
para disputar o país,
para governar o país.

Bolo Amoroso

Felicia Sampaio

Editora Culinária do Roteiro Gastronómico de Portugal (fonte http://www.gastronomias.com)

Ingredientes:

500 grs. de açúcar
6 ovos inteiros
6 gemas de ovos
500 grs. de miolo de amêndoa pelada levemente torrada e ralada
150 grs. de fios de ovos
100 grs. de manteiga
80 grs. de doce de gila ou chila
1 colher de sopa de casca de laranja cristalizada, cortada miudinha
glacé real (ver receita)
fios de ovos q.b.
Confecção:

Batem-se muito bem os ovos com as gemas e o açúcar e no fim de estar muito bem batido acrescentam-se os fios de ovos, partidos grosseiramente, a amêndoa, a chila e a casca de laranja.
Ponha esta mistura numa forma untada e forrada com papel vegetal também untado com manteiga.
Leve a cozer em forno brando.
Leva cerca de 1 hora e 30 minutos a ficar cozido e se o forno estiver esperto, tosta por fora sem cozer por dentro.
Desenforma-se, deixa-se arrefecer e só depois se cobre com glacé real.
Sirva decorado com fios de ovos.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um passeio pela História



Walnize Carvalho

Não tinha mais como adiar a viagem programada.
Mesmo com a manhã chuvosa saí com destino ao passeio.
Cheguei lá.
O lugar que em tempos idos visitei e até frequentei (como esquecer o pastel com caldo de cana da dona Odete? O sonho com café de “seu” Pedro?...) perdera algumas características, mas outras tantas, permanecem.
Percorri corredores. Pelo caminho, mercadorias dispostas em tabuleiros à espera dos fregueses.
Resolvi filtrar somente as imagens que faziam parte da minha história.
Nas portas, velhos vendedores sorridentes convidando a parar, olhar... e comprar.
Segui.
Meus olhos ágeis tudo viam.
Ainda estão à venda gaiolas, cestos de vime, colheres de pau, pipas com rabiolas de jornais picados, carrinhos de lata, lamparinas de flandres, espanadores de pó feitos de tirinha de pano, chapéus de palha ; condimentos coloridos distribuídos em saquinhos, em vidrinhos e amarrados em barbantes ;varinhas com caranguejos, bolsas com sobras de napa, fumos de rolo, lingüiças...
Barracas com toldos de lona e mercadorias diversas: verduras, legumes, frutas, carnes, peixes, frangos.
Personagens sempre presentes: vendedores de limão, homens no balcão tomando uma purinha, senhoras em Box de produtos da flora, pedintes...
Parei.
Provei o licor de jenipapo, que o vendedor me ofertou.
Uma euforia colorida me dominou.
Naquela manhã - manhã chuvosa- fui visitar o velho Mercado Municipal .

Receita de sonho.

INGREDIENTES

Massa:

4 xícaras (chá) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de açúcar
3 colheres (sopa) de manteiga
2 gemas
1 pitada de sal
2 tabletes de fermento para pão
1 xícara (chá) de leite morno
óleo para fritar
açúcar para polvilhar

CREME:

2 xícaras (chá) de leite
3 colheres (sopa) de amido de milho
4 gemas
1/2 xícara (chá) de açúcar
raspas de limão ou baunilha a gosto

MODO DE PREPARO

Esfarele o fermento e junte o sal. Misture até obter um líquido. Reserve.
Coloque a farinha de trigo (reserve um pouco), o açúcar, as gemas, a manteiga e o fermento reservado misturado com o leite morno em um recipiente. Mexa com uma colher de pau.

Sove sobre superfície lisa, polvilhando com a farinha reservada. Deixe descansar por aproximadamente 10 minutos.

Em seguida, abra a massa grosseiramente com as mãos e modele os sonhos com cortador redondo (pode ser pequeno, médio ou grande).

Coloque em uma assadeira retangular polvilhada apenas com farinha. Cubra com um pano e deixe dobrar de volume.

Frite em óleo não muito quente. Escorra. Abra ao meio com o auxílio de uma tesoura. Coloque o recheio. Passe pelo açúcar.

CREME:

Coloque o leite (reserve um pouco), o açúcar, o amido de milho dissolvido com o leite reservado e as gemas levemente batidas.

Cozinhe até engrossar (aproximadamente 5 minutos). Retire do fogo e adicione as raspas de limão. Mexa.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Café Matinal


Café matinal
Walnize Carvalho

Levantei-me cedo.
Ao invés de ficar sob os lençóis desfrutando de mais uma hora de sono - repito – levantei-me cedo.
Em mente, planos de ocupar o dia faxinando armários, arrumando gavetas, arquivando papéis .
Janelas e portas abertas – primeiro ato do dia.
Lentamente dirigi-me à cozinha a fim de preparar o café matinal.
Uma brisa suave corria pelos cômodos da casa. O sol que já estava lá fora dando plantão veio espalhar seu sorriso por entre as venezianas.
Falei no astro rei e lembrei-me da frase (cujo autor desconheço) que gosto de repetir para algumas pessoas consideradas realmente amigas: “Não importa se o sol não apareça todos os dias; o que importa é a certeza de que ele existe.” A traduzo assim: Há amigos que mesmo que não se tenha contato diário sempre se pode contar com eles... São verdadeiros “soldados no quartel” a nos bater continência ao nosso recrutamento.
Distraída com meus pensamentos fui despertada pelo canto insistente de um pássaro: - Bem-te-vi! - Bem-te-vi!!!
Coloquei xícaras sobre a mesa e caminhei ao encontro da ave madrugadora.
Dirigi-me à porta da cozinha olhando em todas as direções: para o céu, para o muro alto que divide minha casa com a do vizinho, para as frestas do telhado, para os galhos da árvore no fundo do quintal e ... nada de encontrar a “visita matinal”. E ela como a brincar de pique-esconde repetia: - Bem-te-vi! - Bem-te-vi!!!
Balancei a cabeça e com um sorriso nos lábios sentei-me à mesa. A placidez veio me fazer companhia.
Sorvi o café vagarosamente e tornei a mergulhar em reflexões: o pássaro chegou. Quebrou o ambiente silencioso com seu vigoroso canto sem se importar de ser visto. Como o esplendoroso sol. Como o autêntico amigo.

Uma receita que recebi de uma amiga.Vamos experimentar?

PANQUECAS DE ESPINAFRE COM RICOTA
Ingredientes:
massa:
• 2 ovos batidos
• 1 xícara de leite
• ½ colher de chá de sal
• 1 xícara de farinha de trigo
• 1 colher de sopa de manteiga derretida e fria
recheio:
• 250g de ricota fresca
• folhas de 2 maços de espinafre
• 2 dentes de alho amassados
• 2 colheres de sopa de óleo
• sal
• pimenta do reino à gosto
modo de fazer:
massa:
Bata tudo no liquidificador e deixe descansar por 30 minutos. Asse numa frigideira levemente untada com óleo, usando pequena quantidade de massa. Vire para dourar o outro lado. Recheie com a mistura de espinafre e ricota. Sirva imediatamente.
recheio:
Cozinhe rapidamente as folhas de espinafre apenas com um pouco de sal. Escorra bem e refogue com o alho e o óleo. Misture a ricota e tempere à gosto.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Brincando de cozinhar



Receita de minha neta Giulia(fez com ajuda da irmâ Valentina)
Frango com flocos de milho

4 pedaços de frango sem pele

1/2 xícara de flocos de milho

1 colher de sopa de margarina cremosa

1 vidro de maionese

Peça ao seu ajudante para acender o forno a 180 graus. Bata os flocos de milho no liquidificador. Assim que ficar como uma farinha grossa, despeje em um prato fundo. Coloque a maionese em uma vasilha e espalhe com uma colher. Pegue os pedaços de frango e besunte-os com a maionese. Passe-os então na farinha de flocos de milho para que fiquem bem cobertos. Arrume os pedaços em um pirex e coloque 1/2 colher de chá de margarina em cima de cada um. Peça ao seu ajudante para colocar o pirex no forno e vá brincar, pois este prato tem de assar bem devagar.

Preparo: 20 minutos

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Abóbora meio oriental


Não sou muito chegada a receitas com muitos temperos e com ingredientes como leite de coco, mas um dia desses me apeteceu inventar uma com esse ingrediente.
Refoguei uma abóbora (bem pequena) com azeite e cebola. Temperei com sal, um pouco de açúcar e acrescentei água. Depois de cozida bati no liquidificador com um pãozinho dormido e um pouco de leite de coco , acho que umas duas colheres de sopa e mais um pouco de água.
Voltei à panela para engrossar e acertei o sal. Juntei azeite. Depois salpiquei salsa por cima.
Não vai ter histórias hoje, não tenho nada que combine com essa receita.

Ah, recado à Walnize, depois daqueles pães de minuto duros como pau que comprei numa padaria meio metida a besta e que só não estragaram nosso lanche porque você serviu uns palitos de queijo deliciosos e bolo de banana... fui me meter a fazer uns pãezinhos de canela que achei num blog, pareciam deliciosos e fofos. Bem, a receita trazia uma medida de fermento que não era a correta e os pães ficaram duros!!! O sabor era bom, mas...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

De onde se extrai "Sabor e histórias"




"A origem da cozinha
O homem dominou o fogo diferente de seus ancestrais, por volta de 500mil a.C. mudando assim à alimentação.
As cozinhas mais antigas são mesopotâmicas, do segundo milênio a.C., mas não podemos dizer que foi inventada por eles, foram sim os primeiros, junto com os egípcios á fazerem as suas receitas, sem ser escritas. A arte culinária já era refinada. Os egípcios não tinham necessidade de escrever as receita, mas deixaram sinais esclarecedores, nas tumbas, após o quarto milênio.
Cozinha é o lugar de preparação dos alimentos, esta preparação pode ser, uma fervura, uma secagem, uma maceração, uma conservação, e vários procedimentos que impedem os alimentos de se tornarem tóxicos.
Além da secagem e da defumação das carnes, outras surgiram como salgamento e todo tipo de fermentação, no qual permite conservar o produto por mais tempo, como a cerveja, o vinho, a sidra, o vinagre, os queijos, o chucrute, e os pepinos à russa, o gnoc-mam vietnamita, ou o molho de soja dos chineses, etc.
Cada povo tem as suas crenças, cultura e maneiras diferentes de preparar um prato. O japonês prefere servir o peixe fresco cru, os esquimós, no começo do século, preferia foca crua, os europeus tem uma desconfiança da carne da carne crua e dão preferência à carne cozida.
O desenvolvimento técnico e econômico, a partir do paleolítico, teve várias maneiras de conservação e de preparação dos alimentos.A preferência alimentar é alterada de acordo com a cultura, e os gostos passado de geração para geração.
Apicus foi um dos primeiros a se preocupar com um manual de cozinha, ele é quem deu inicio ao "livro de receitas", que hoje se usam.Roma ficou como terra de boa comida, mesmo quando o império ficou em decadência, ficou sendo por tradição, o centro gastronômico da Europa."

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Morangos com Kremlin



O título é uma referência a um poema que fiz na época de faculdade, um texto que se perdeu por aí, do qual só me resta o título, um trocadilho que cabia naquela época, fim dos anos 80.
Hoje me inspirei mesmo nos morangos, que a cada ano tem sua temporada mais prolongada. Estamos quase em outubro e ainda encontramos morangos frescos, doces e bem vermelhos.


Resolvi preparar um drink não alcóolico, bem adequado à meia-estação. Andamos, eu e a Terra em tempos de equinócio...


Cultivemos auroras, colhamos o dia e descubramos manhãs claras. Segue um dos meus poemas preferidos.




É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade



Morangos com Kremlin

300g de  morangos frescos
Açúcar q.b.
Gelo
350 g de creme de leite (natas)
Água tônica ou gasosa (se quiser um coquetel alcoólico use champanhe)

Bata os morangos com açúcar e gelo no liquidificador. Ponha em taças ou flutes (encha 2/3 ) e ponha uma colherinha de creme. Complete com a água tônica ou gasosa.Tim-tim...


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