As Amoras
Eugénio de Andrade
O meu país sabe às amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
Amora. É um nome lindo esse, uma palavra que encanta assim como a fruta, deliciosa e com gosto de quintal. Certas palavras são plenas, em significado e sonoridade.
Um dos meus grandes prazeres é cozinhar para quem eu gosto e quando quero.Usar as mãos para amassar, não usar receitas, ir descobrindo diariamente novos ingredientes e sabores.
A amora entra aí não só como geléia, mas como lembrança de fruta comida na infância, tem gosto de ontem. Fazer pão, geléia, licor, picles. Para mim tudo isso tem cara de coisa de avó. Cara de amora.
Torta de Amoras
Para a massa: Bata 1 colher (sopa) de fermento em pó, 125g de manteiga derretida, 175g de farinha de trigo, 175g de açúcar, raspas de laranja e 2 ovos. Cubra uma forma de torta, e leva ao forno médio por 20 minutos. Retire do forno e deixe esfriar.
Para o recheio: 1 lata de leite condensado, 1 lata de leite (use a lata de leite condensado como medida), 1 colher de sobremesa de amido de milho, 1 gema.Misture tudo e leve ao fogo brando até engrossar um pouco e fique cozido o creme. Recheie a massa com o creme
Para a cobertura: 3 xícaras de amoras frescas. Cubra o creme com as amoras e sirva.
2 comentários:
o grande eugénio de andrade pela mão sensível da Ana...e a receita...deixa muita água na boca...
Hum... torta de amoras é mesmo uma receita irresistível e os poemas do Eugénio de Andrade, são puro deleite,né?
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